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O blog do Caderno de Oportunidades

Plataforma faz a ponte entre MEIs e clientes

Projeto piloto iniciado no Rio Grande do Sul vai abranger todo o País; ferramenta também permite emissão de NF e gestão financeira

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Por Cris Olivette
Atualização:

Juliano Londero (de óculos) com o time que criou e opera a plataforma Acelera MEI, (a partir da esquerda) Rodrigo Rath, Daniel Docki, Pedro Gabriel e Felipe Soares Foto: Estadão

Em breve, os microempreendedores individuais (MEIs) de todo o Brasil contarão com o apoio da plataforma Acelera MEI, que desde março está em operação no Rio Grandi do Sul. A ferramenta foi criada para auxiliá-los no gerenciamento das atividades e para conectá-los com os consumidores. "Com ela, os MEIs poderão crescer de forma organizada e estruturada", afirma o idealizador do serviço, Juliano Londero. 

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Segundo ele, o lançamento nacional deve ocorrer em agosto. "Temos reunião agendada com o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, em Brasília, para apresentar o projeto. Em seguida, faremos o lançamento", diz.

Dono de outro negócio na área de automação empresarial, Londero e seu sócio resolveram criar a spin off - empresa que nasce a partir de outra, com o objetivo de explorar um novo produto ou serviço, com foco nos MEIs. "Esse mercado está em plena expansão. Hoje, no Brasil, temos mais de 5 milhões de microempreendedores, responsáveis por 27% do PIB nacional", diz.

Ele afirma que a startup participou do edital Inova RS, lançado pelo Sebrae no ano passado, e foi selecionada. "Recebemos R$ 109 mil para desenvolvermos o projeto e colocá-lo em operação", conta. O gestor de projetos na área de inovação do Sebrae-RS, Gustavo Moreira, diz que o programa é uma iniciativa do Sebrae Nacional e tem por objetivo fomentar os pequenos negócios. "Nesta edição, tivemos 90 inscritos e selecionamos 42 empresas, entre as quais distribuímos R$ 4 milhões em recursos não reembolsáveis."

Londero explica que o consumidor que necessita de um prestador de serviço ou produto, lança a demanda na plataforma, que indica os empreendedores que estão mais próximos a ele para executar a demanda.

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"Caso não encontre o profissional adequado, a ferramenta direciona a solicitação para nós, e procuramos no mercado os MEIs para aquele serviço. Temos parceria com empresas de classificados que divulgam a demanda, convocando os MEIs a se cadastrarem na plataforma." Ele ressalta que a plataforma também fornece sistema de gestão para que o MEI emita nota fiscal eletrônica e faça o controle financeiro de caixa, deixando o fechamento financeiro pronto para o final do ano.

Até o momento, a ferramenta tem 2 mil profissionais cadastrados. "Começamos o projeto piloto aqui no Rio Grande do Sul. Estamos ajustando as variáveis e nos preparando para expandir para o restante do País." Segundo ele, para o MEI receber as solicitações de serviços não precisam pagar nada. Mas para gerar as notas fiscais de serviços o custo anual é de R$ 99.

Em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, o consultor de informática, Jefferson Cunha, é um dos usuários da plataforma. Segundo ele, o desejo de usar a ferramenta foi um incentivo para se formalizar. "Fiz o cadastro em março e até o momento tive aumento de 30% nas solicitações de serviço", diz.

Cunha também foi um dos primeiros usuários do Acelera MEI a usufruir da parceria que a plataforma firmou com a Payleven - empresa de tecnologia que oferece meios de pagamentos para micro e pequenos empreendedores. "Hoje, pouco se usa dinheiro físico. Antes, meu pagamento era feito por meio de transferência bancaria. Agora, com a máquina da Payleven, os clientes pagam com cartão de crédito ou débito. Com essa facilidade, eles podem solicitar serviços maiores e parcelar o pagamento no cartão", conta.

A diretora geral da Payleven Brasil, Adriana Barbosa, conta que o negócio foi criado em 2012. "Identificamos que havia oportunidade de criar uma solução de aceitação de cartão que fosse acessível e desburocratizada, voltada para microempreendedores e profissionais liberais. A parceria com a Acelera MEI está nos ajudando a atingir o objetivo de democratizar a aceitação de cartões no Brasil."

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 Foto: Estadão

Em 2014 a Payleven fez uma pesquisa e identificou que o principal motivo que fez com que os estabelecimentos passassem a aceitar cartão é porque 41% deles perdiam venda. "O consumidor não anda mais com dinheiro, apenas com cartão, sem essa opção de pagamento, eles perdiam vendas."

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Adriana diz que outro motivo está relacionado ao parcelamento do pagamento, muito difundido no País. "Esse sistema incentiva o consumidor a gastar mais, o que faz aumentar a receita do lojista. Estabelecimentos que passaram a aceitar cartão com a Payleven, depois de um ano tiveram aumento de 175% no faturamento. Um resultado bastante relevante para o mercado", afirma.

A empresária conta que trabalha para tornar a experiência cada vez mais acessível ao usuário. "Agora, por exemplo, o usuário não tem mais custo fixo com a ferramenta. Ele pode comprar o leitor em nosso site e pagar em 12 parcelas fixas de R$ 23,90. O produto é entregue no endereço indicado em seu cadastro. Depois de pagar o leitor, só terá algum custo quando fizer venda."

Segundo ela, pagamento feito com cartão de crédito à vista, tem taxa de 3,39% e o empreendedor recebe o dinheiro em 30 dias. Para receber o valor da venda em dois dias a taxa é de 4,39%. Sendo que há acréscimo de 1,99% para cada parcela adicional no cartão de crédito. Os pagamentos feitos com cartão de débito tem taxa de 2,69% e o recebimento do valor da venda ocorre em dois dias úteis.

Adriana conta que no final de 2014, a Payleven tinha 60 mil clientes usando a solução, distribuídos em 1,6 mil cidades. "Em abril deste ano, já estávamos em duas mil cidades e com 100 mil clientes." Segundo ela, a parceria com a Payleven é perfeita porque ambos atuam no mesmo nicho. "Enquanto a atuação deles visa proporcionar uma visibilidade maior aos MEIs e aproximá-los do consumidor por meio da plataforma, a nossa atuação visa facilitar o crescimento dos MEIs, por meio do aumento de receita decorrente das facilidades oferecidas aos clientes nas formas de pagamento."

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