“O investimento público será essencial nos primeiros tempos pós-pandemia”

Foram mais de 200 os que no passado dia 23 de abril assistiram à sessão técnica online organizada pelo Colégio de Engenharia Civil – Norte sobre os novos desafios da Engenharia Civil. 

 
O debate centrou-se nas repercussões que atual situação do país e do mundo terão nos sector da construção e da engenharia civil. Bento Aires, coordenador do Colégio de Engenharia Civil – Norte, a quem coube a condução do debate, lembrou que os “engenheiros Civis também têm estado na linha da frente a criar condições para que o país não pare”, e que o futuro irá trazer novas oportunidades mas que “o investimento público será essencial nos primeiros tempos pós-pandemia”.
Manuel Reis Campos, Presidente da Associação dos Industriais da Construção e Obras Públicas – AICCOPN, traçou o cenário do que poderá acontecer no período pós pandemia e lembrou que o setor da construção, apesar de ter sofrido algumas mudanças, não parou e que num futuro próximo será quem vai “contribuir para o emprego e consequentemente para a economia do país”.
António Monteiro, CEO na A400, afirmou que “este é um momento de oportunidade para se apostar na requalificação dos profissionais”, e para isso a empresa criou uma plataforma de formações online. Já Paula Teles, CEO na MPT – mobilidade e planeamento do terrtório, lda mencionou a importância da Engenharia se adaptar às alterações futuras.  “Trabalhar o planeamento das cidades é determinante. Nós engenheiros temos de resolver e fazer parte de um mundo que tem de ser transformado, melhorado e solução a grande parte dos problemas”.
 

“Os profissionais de Engenharia tiveram um papel importantíssimo nesta batalha”

 
Reis Campos lembrou que no setor da construção e imobiliário trabalham 600 mil trabalhadores e que naturalmente é um setor que  no atual contexto “tem trabalhado, não de uma foram regular e normal, porque existiram problemas sérios com a intranquilidade.” E reconhece que “para o setor foi importante não parar. Os profissionais de Engenharia tiveram um papel importantíssimo nesta batalha que foi não deixar o setor parar.”
António Monteiro lembrou que na A400 “foi feito um quadro de risco logo no início, reduzindo drasticamente o número de colaboradores na local de trabalho. No dia 16 encontravam-se cerca de 90% dos colaboradores estão em teletrabalho. Durante este mês o todos os projetos não pararam. Tentamos criar uma rotina “normal”, mantendo as reuniões e senti um grande esforço dos colaboradores. Mas após um mês já se começa a sentir o cansaço.”
Reis Campos não se coíbe ainda de lembrar que a adesão às medidas de apoio financeiro neste setor são “como em qualquer outro setor de atividade.” Mas refere que a construção está “integrada numa linha global que entendemos que não chega, mas que foi minimizado no nosso caso por termos continuado a trabalhar. O setor da construção é aquele que pode mais facilmente retomar a sua atividade e por isso contribuir para o emprego e consequentemente para a economia.” E lembra que “no ano passado existiam cerca de 60 mil trabalhadores em falta neste setor. O que vai ser necessário é assegurar a confiança dos investidores, a estabilidade do enquadramento legal e manter o posicionamento à escala global.”

“Há 1659 Milhões euros de volume de concursos

 
António Monteiro aponto que a já se sente “um abrandamento no número de encomendas, mas a escala da encomenda está a aumentar. Devemos aproveitar esta fase para a requalificação.”
Já Paula Teles aponta para o planeamento das cidades como factor determinante. “Nós engenheiros temos de resolver e fazer parte de um mundo que tem de ser transformado, melhorado e solução a grande parte dos problemas. Vamos ter de retomar com muitas condições de distanciamento. Há um grande problema de formação no setor a mobilidade. 60 % das deslocações no grande Porto têm menos de 6 km, grande parte poderia ser feita a pé ou de bicicleta, mas o nosso país não está preparado para isso. As cidades terão de ser redesenhadas, os passeios terão de ser aumentados, as ciclovias terão de aumentar, os transportes públicos terão de ser reforçados, estudar os transportes. Não poderemos andar para trás, temos de aproveitar esta oportunidade.”
Assim “no caso das obras públicas” conclui Rei Campos “há 1659 Milhões euros de volume de concursos, desses apenas foram entregues 411 milhões. Hoje este setor está em condições de abranger trabalhadores em desemprego, mas para isso é preciso que as obras continuem a ser entregues. Desde o início fizemos chegar ao Governo um projeto que está já a ser discutido “Criar resiliência no setor da construção”, que pretende resolver o problema da intranquilidade em relação ao trabalho e em relação às pessoas. “
Há Engenharia na formação dos nossos engenheiros.
(Re)Veja a sessão completa aqui
 

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